A EPIFANIA E O MERCADO EDITORIAL
A geração atual e as futuras nasceram com a internet. E eles a tem a qualquer momento, em qualquer lugar. Essas pessoas nunca precisaram pagar por música, filmes, séries. Porque então pagar, e caro, por livros?
As gerações futuras não saberão o que é ter dor nas costas por carregar livros pesados em suas mochilas. Eles terão acesso a todo acervo literário que precisarem e quiserem ao carregarem um simples e leve dispositivo: e-readers, ou até mesmo celulares, tablets, e o que mais vier a surgir. As barreiras de acesso à leitura diminuirão, isso é um fato. Assim como a indústria da música e do cinema, entre tantas outras, tiveram que se reinventar e se adaptar as novas tecnologias, acontecerá o mesmo com a indústria do livro.
O mercado editorial passará, inevitavelmente, por uma drástica mudança. Muitos temem essa mudança, principalmente aqueles que priorizam a receita financeira e perceberam que, mais cedo ou mais tarde, o valor pago pelo conhecimento e cultura expressos em um livro diminuirá, principalmente com a chegada dos livros digitais, que tornaram o processo editorial muito mais barato. Porém, para os que priorizam a democratização do acesso a leitura, principalmente como fonte de mudança cultural, o que o cenário politico atual mostrou ser tão necessário no Brasil, o futuro é promissor.
A Epifania surge em momento de quase transição do mercado editorial. Para nós, mais vale investir no novo e desconhecido, porém promissor, mundo digital dos livros. E isso não significa abrir mão do bom e velho livro físico. Encaramos a publicação digital como uma fase intermediária à publicação impressa. Definimos a impressão de acordo com a demanda e com o recurso financeiro arrecadado por meio das vendas da publicação digital.
Vale ressaltar aqui que não se trata apenas de uma economia de recursos financeiros ao imprimir apenas o que foi demandado e gastar apenas o que já foi arrecadado com a obra, ou de uma questão ecológica, muito abordada pela Epifania, ao diminuir o uso de recursos naturais com a diminuição da utilização do papel. Aqui falamos, principalmente, de uma possível, e necessária, democratização do acesso à leitura. Estamos falando em diminuir significativamente o valor financeiro necessário para acessar o conhecimento, a cultura, a arte, e tudo o mais que uma obra literária proporciona.
O preço a se pagar por isso é a diminuição da rentabilidade proporcionada aos diversos envolvidos com as vendas de livros? Nos parece um preço baixo, e nós o pagamos.